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Entrevista raza odiada Fecal Devastation


Direto de Minas Gerais Itabira , triturador e Avassalador Fecal Devastation..


1.fale um pouco sobre a fecal devastation.

Thales - Surgida nas entranhas de Minas Gerais na cidade de Itabira em 2004, do falso calendário, por Yves Thiago no vocal e Thales Resende na guitarra com uma proposta de fazer um som podre e pesado. O primeiro registro sonoro é do ano de 2005 e se chama Síndrome de Diarréia.

Entre os anos de 2006 e 2009 a banda participou de diversas coletâneas e tocou com bandas como: Exutory(Shatter Dead), Willsus, Mata Borrão, Os Capiau, Desespero, Barikaadi, Buenaventura e Gungnir. Também participou de Fests como: Crise Mundial-BH, União Rockfest Coronel Fabriciano, MG grindmassacre-BH e Crime Brutal em BH.

No final de 2009 a banda encerrou suas atividades.

Em 2011 a banda retornou para uma apresentação em um festival organizado pelo Yves junto da Criminal Attack e Porrada Distroonde promoveram a tour brasileira do Aberrant (USA). Nesse festival também dividiram o palco com nomes como Expurgo, Hutt e Test. No ano de 2012 o single Terra de Mendigo, foi lançadona compilação Crushead Vol. II, onde constam bandas brasileiras e de países como: Sérvia, Romênia e Portugal. A compilação foi idealizada pelo Crosta Mixeldo Crushead Blogspot, distribuida em formato digital e físico pelos selos SubvertaDiströ, e, Nöise Mesmo Records. 

Durante a pandemia, em 2020, Yves e Thales retornaram com as atividades da banda contando com Fred Souza na batera e Tiago Labiapari no Baixo. Ainda em 2020 saiu a Demo Síndrome de Diarréia em formatocassete em comemoração aos 15 anos de gravação e também foi relançado o single Terra de Mendigo com uma versão remasterizada, saindo pelo Canal TheSlaughterhouse de El Salvador.

 

Para ano de 2021 estão previstos alguns materiais e neles serão tratados temas como: aspectos sociais, anti-religião, violência, política, humor, antifascismo, além de temas Intimistas, e também, uma prerrogativa sonora amadurecida.

 

 

2.como surgiu a fecal devastation e de quem foi a ideia ?

 

Yves – Fecal Devastation surgiu em 2004 por dois moleques (Yves e Thales), amigos, que começaram a ouvir música extrema, conhecendo bandas e estilos de várias vertentes de som. Sempre pensando em criar músicas próprias, a gente foi tentando reunir uma galera com o mesmo propósito até que no final de 2004 a formação se estabilizou e começamos a funcionar como banda mesmo.

 

3.A gente escutou umas faixas de vocês no band camp e realmente é uma banda death grind fudido e porém tem umas pitadas de noise , vocês levam isso numa boa ou foi as criações que suaram de forma suave ?

 

Yves – Eu super levo numa boa rs. Eu gosto muito de Noisecore, principamente bandas nacionais como: Masher,Days of Hate, Violenta Dizimação, AcademicWorms, Ação Positiva entre várias outras. A gente escuta muita coisa do underground, acredito que isso influencie sim em algumas criações. A gente sempre tentou criar coisas diferentes com a mente aberta em questão de som, mas sempre tentando fazer algo que seja nossa cara, sempre evoluindo em ideias e composições. Vários estilos de metal e hardcore influenciam a gente de alguma forma, além de coisas fora desse meio. A gente não rejeita boas ideias nunca. Muita coisa do cinema, livros, e o próprio cotidiano influenciam a gente, tanto no som, como nas letras.

 

 

 

4.riffs,criações, equipamentos, afinações, local de ensaio nos digo um pouco sobre isso 

Thales – A banda passou por um processo de evolução abrupto, já que não dispunha de equipamentos suficientes para garantir um ensaio na época. A dificuldade era grande para fazer com que os equipamentos chegassem em timbres que a música pesada exige. Dessa forma a gente ia evoluindo com o que tinha. Os ensaios eram uma barulheira só. Nos primórdios a banda também não contava com um local fixo de ensaios. Quase sempre era necessário atravessar o bairro onde morávamos em busca de instrumentos emprestados. Típica situação de uma banda da periferia que precisa fazer os corres pra sobreviver. Hoje a situação é bem diferente, já que sou proprietário de um estúdio e trabalho com isso. Apesar de cada um morar em uma cidade distinta, está muito mais fácil de gravar, ensaiar e produzir nossos sons. Desde 2008 a banda usa afinação em C, o que mudou drasticamente a sonoridade e a forma de composição. 

 

 

5.Pelo que sabemos cada integrante são de outras cidades . Como vocês lidam com isso e como fazem para se encontrar, e se isso dificulta um pouco para banda ou levam tudo numa boa e sem pressão?

Thales – A banda em toda sua trajetória contou com integrantes de Itabira-MG apenas, e isso facilitava todo processo já que estávamos próximos. Porém, agora com o retorno, optamos por integrantes que mais se identificavam com a causa, ideologia, e que estavam dispostos a fazer o nosso tipo de som. Como somos do interior e a disponibilidade de músicos para fazer música extrema não é grande, optamos por não ficar presos as opções da nossa cidade já que a tecnologia facilitademais conseguirmos trabalhar a distância.

 

 

6.rapaziada é o seguinte uma pergunta que nos da razaodiada não deixa passar em branco . Essa ascensão da extrema direita no Brasil, como vocês ve isso , o que será de agora em diante na visão de vocês e de que forma será a resistência sobre esse cenário político facista ?

Yves – Eu acho incrível como tem gente com ideias fascistas no meio underground, e muitos acham que estão certos ainda. Não tem espaço pra esse tipo de gente no nosso meio. Temos que levar a sério isso.  Ounderground me educou muito através de letras, zines e textos. Muita coisa aprendi foi assim, a maioria aliás. Mas hoje em dia parece que vivemos a era dos burros.Ver muita gente acreditando em mentiras sabendo disso, apoiando discursos e pessoas racistas, homofóbicas e xenofóbicas. No Fecal Devastation não tem espaço para isso.

 

7.Qual é a formação da Fecal Devastation atual? e se ouve trocas de integrantes ?

 

Thales – O Fecal Devastation foi Formado por Yves Thiago (vocal) e por mim, Thales Resende (Guitarra) e estamos na banda desde 2004. Em 2004 Jonathan Bruce assumiu o baixo porém saiu naquele mesmo ano.De 2004 a 2009, a banda contou com William Parrudo(Bateria) e Rafael Miranda (Baixo) completando o time, sendo que com essa formação gravamos todos materiais disponíveis da banda até então. No ano de 2009 Yves Schneider assume o baixo, ensaiando por alguns meses, mas nunca foi registrado nenhum material e nem apresentações com ele. No final de 2009 a banda encerra suas atividades. Agora em 2020 no retorno,estamos o Yves e eu, e convidamos nossos amigos de longa data Tiago Labiapari para o baixo e Fred Souzapara a bateria, que já chegaram agregando pra caralho e vão tocar o terror conosco!

 

 

8.Quem teve a ideia do nome da banda que é bem impactante e direta e como aconteceu?

Thales – A banda passou por diversos nomes sem que realmente nos representasse. No final de 2004 quando Parrudo entrou na banda, ele sugeriu a troca do nome para “Bosta Destruidora”. Na época eu estava frequentando o ensino fundamental tendo aulas de ciências, quando ouvi a professora lecionando sobre o assunto coliformes fecais, rapidamente associei com “Bosta Destruidora” e sugeri Fecal Devastation. Como a banda já estava batizada como Carnal Dissection, rolou um sorteio usando palitinho para ver qual nome prevaleceria. Desde lá esse nome vem representando muito bem o que gente faz. 

 

9.cite 5 influências sonoras de cada integrante.

Yves - Como vocalista me influencio muito em bandas como: Napalm, ROT, Disrupt, E.N.TBrigada Do Ódio,entre várias tantas por aí. Essas bandas me influenciamtanto musicalmente, como questão das letras também.

Thales – Morbid Angel, SepulturaCannibal CorpseRatos de Porão e Pig Destroyer.

Fred – Sepultura, Dead Kennedys, Excel, Napalm Death e Black Sabbath.

Tiago – Death, D.R.I, Ratos de Porão, Anthrax e Iron Maiden.

 

10.Apresenta a banda para gente e qual a funde cada um na banda.

 

Thales – Acredito uma banda é feita muito mais pelo que cada um desenvolve nos bastidores, do que em apresentações e nas paradas que chegam até o público. Pensando assim, procuramos dividir as funções e atividades para que todo mundo possa contribuir naquilo que tem facilidade e auxiliar no que for preciso. O Yves é vocalista e contribui com a maioria das letras. Também éresponsável pelos contatos, parcerias, redes sociais e o que abrange os aspectos de comunicação da banda. O Tiago, baixista, também trabalha bastante com a comunicação e principalmente na criação de conteúdo para redes sociais. O Fred é o batera, e por ser muito dinâmico auxilia em diversas atividades, como na criação de letras, temas e desenvolvimento de videoclipes, merch e sempre traz ideias muito consistentes. Eu, Thales, sou guitarrista e fico responsável principalmente pelas composições e produções por ter um estúdio e trabalhar com isso. Também tento firmar as parcerias no exterior, merchs, e propor as ideias e conceitos dos próximos lançamentos. É claro que a gente tenta não se limitar a isso, porém é uma forma de organizar as atividades e dividir responsabilidades.

 

 

11.sabemos que vocês iram soltar uma K7 agora em setembro isso é muito legal resgata o passado. como foi a ideia e de que forma decidiram esse projeto?

Thales – Estávamos estudando a possibilidade de lançar os materiais futuros de uma forma diferente da convencional e que não precisássemos ficar refém da indústria tendo que produzir uma quantidade de cópiaselevadas que acabam ficando engavetadas. Tive a ideia de buscar entre amigos, vizinhos e conhecidos pelas fitas Cassetteque é um formato que a gente usou muito no passado e que nos representa bastante. Gostaria de agradecer a ajuda do nosso brother Aislan que correu atrás de muita gente, não mediu esforços e conseguiu uma quantidade cabulosa de fita pra gente. Também buscamos nas cidades próximas por quem tinha estoques e compramos diversos desses. Depois de juntar e selecionar uma quantidade interessante, desenvolvemos a arte e, fizemos a restauração de cada fita aproveitando as que eram possíveis. Como faço pesquisa na área de materiais em uma universidade, desenvolvemos no laboratório uma técnica de conseguir pigmentar as Cassette, deixando numa cor translúcida, sem agredir o as fitas onde são gravadas os sons. Depois do processo totalmente realizado de maneira DIY, conseguimos um tape deck, reformamos e usamospara gravar as cópias uma a uma.

 

12.como vocês olham a cena atual, o público, as bandas e se a um coletivo maior para as bandas se organizarem

Yves - Com essa pandemia tá muito complicado, mas acredito que depois que passar essa loucura toda, os shows voltem com força total com casas cheias, muitas bandas underground se apresentando, fest’s entre várias outras atividades. Vejo o underground nacional muito forte, com pessoas dedicadas que amam o que fazem de verdade. Acho que esse recesso todo possa deixar a galera mais afim de ir em shows. É um período complicado, mas espero que deixe a cena mais forte. 

 

13.projetos para o futuro, shows , turnês pelo Brasil e até mesmo para gringa tem algo em mente algum plano ou iram esperar mais um pouco ?

Thales – A nossa programação é lançar alguns materiais ainda em 2020 e em 2021. O foco está em produzir e viabilizar esses projetos. As apresentações, e possíveis tours ficarão como proposta para 2022. Como cada um está em um local totalmente distinto do estado, a gente precisa se programar melhor para que as apresentações funcionem e não afete os compromissos de ninguém, porém, dependendo do convite, sempre existe a possibilidade de rolar uma GIG antes.

 

 

14.quantas K7 serão lançadas , já tem algum selo, ou será tudo na base do do it your self?

Thales - Fizemos 30 cópias a princípio no processo totalmente DIY, e esse material celebra 15 anos de gravação da Demo Síndrome de Diarréia que nunca tinha sido lançado em formato físico. O projeto está sendo desenvolvido em parceria com os selos MetalpunkOverkill Records, HC Produções e Dissonance From Hellque deram muita moral pra gente e são apoiadores fieis do underground. Os três selos possuem um catálogo com muita banda e material foda. Vamos deixar aqui os links de contato para quem tiver interesse de adquirir a Cassete e dar uma conferida e apoio aos brothers.

Dissonance From Hell (Jhones)

https://www.facebook.com/DissonanceFromHellDistro

 

MetalPunk Overkill (Gabriel Herege)

https://www.facebook.com/metalpunkoverkill

 

HC Produções (Tiago)

quedabrupta@gmail.com

 

 

15.A banda já tá indo para quantos anos?

Thales – A banda foi formada em 2004 e tivemos uma atividade intensa até 2009 quando encerrou-se as atividades. Ainda fizemos algumas coisas em 2011 e 2012 porém sem uma reunião formal. Hoje em 2020 a banda está completando 16 anos de pura desgraceira!  

 

16.bom chegamos ao fim foi um prazer enorme essa entrevista com a fecal devastation para nos da razaodiada . Deixem uma ideia para quem está iniciando como banda e até mesmo para quem está começando a organizar eventos . Vida longa a fecal devastation.... 

Yves – Gostaria agradecer demais Raza Odiada, pelo espaço e oportunidade de estar falando sobre o Fecal Devastation. Muito obrigado pelo apoio! No mais, temos que nos cuidar antes de qualquer coisa, e, espero que 2021 seja menos horrível que 2020, e também que a gente veja nossos amigos e pessoas que amamos normalmente.

 

Pra quem tá pensando em fazer um som, um evento ou o que seja, apenas faça! Sorganize, estude, informe-se, não deixe o desanimo acabar com boas ideias.Estamos na torcida pra que essa pandemia acabe o quanto antes. O underground tá vivo e forte, tem muita gente fortalecendo a cena em blogs, zines, sites, canais e vários outros meios. A gente precisa apoiar para ascoisas fluírem. Tem muita coisa foda rolando por aí, pelo brasil inteiro, muita banda foda lançando discos e etc..underground é cada um que apoia e fortalece em algo. O Fecal Devastation voltou e em breve vamos lançar muita coisa, espero que vocês curtam.

Abraço pra todos!

fiquem bem!



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