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entrevita completa Malevah crust Cuiabá Mato Grosso Brasil !

 

Entrando no nosso roteiro de entrevistas,malevah crust Cuiabá Mato grosso Brasil !

1 conte-nos como surgiu o malevah? Em que ano isso aconteceu?
R – Malevah surgiu no ano de 2010, da seguinte forma, em Cuiabá existiu 2 bandas em períodos distintos que certa forma fizeram a diferença na cena underground, Blokeio Mental, e Atrito. Primeiro falando sobre o Atrito, uma banda anarco punk que surgiu por volta de 2003 (não tenho precisão sobre a data) e dessa banda que era formada por Júlio Diniz (batera), Leandro Aranha (vocal), Edzar (guitarra) e Hyngryd Le Cadavre (baixo), vieram 2 integrantes da Malevah, Júlio Diniz (batera) e Hyngryd Le Cadavre (vocal), e da Blokeio Mental eu (Corvo), que estava sem banda na época. A Blokeio Mental é uma banda que começou lá nos anos 80 (85), primórdios do hardcore em Cuiabá –MT. Como na época da surgimento da Malevah, a cena hardcore/punk andava muito devagar, um dia estava trocando ideia com o Júlio Diniz, eu sou um dos grandes  admiradores desse batera, revelei a vontade de tocar um projeto com ele, por que o cara tem um conhecimento de D-beat fudido, ai ele  gostou da ideia, mas ficou nisso, dai a Hyngryd estava morando no Rio de Janeiro, havia voltado para Cuiabá e por acaso a gente começou a ter mais contatos, e ela então disse que estava a fim de montar uma banda de Crust , ai a gente foi amadurecendo a ideia, ela disse que poderia convencer o Júlio Diniz a tocar conosco, e assim, foi, nisso a banda tinha um baixista, mas o cara mais faltava os ensaios que tudo, tinha outras prioridades no momento, e como a Babi Leão, estava sempre conosco no ensaio, a gente convidou ela para fazer o baixo, ela topou na hora, e dai surgiu a Malevah, o nome foi dado por um outro aspirante a baterista (Sérgio H), que não chegou a ficar na banda, ele sugeriu Malevah que é uma personagem cigana do filme Lobisomem com Benício  Del Toro, como nós todos da banda éramos (somos) na época muito apaixonados por filmes de horror, aceitamos o nome. No início era Maleva sm o H, até que descobrimos uma banda com esse nome na Estônia, então acrescentamos o H no final para não dar confusão. Então em 2010 começo do ano Fevereiro, era formado Malevah, tocamos pela primeira vez em novembro do mesmo ano Corvo (guitarra), Babi Leão (baixo), Júlio Diniz (batera) e Hyngryd Le Cadavre (vocal).

2 qual o maior propósito da banda ?
R- O propósito inicial era incendiar a cena que estava morta, devia ter umas 2 bandas de Hardcore na cidade, que por tanto tempo ficaram sozinhas, que estavam já no marasmo, tocavam vez ou outra, mas sem compromissos com o fomento de ideias D.I.Y, já estavam quase que virando bandas sem compromissos. E a proposta sonora da Malevah, era um crust/d-beat bem sombrio, chegar  pra fazer eventos, atuar na cena e levantar discussão que sempre estão a tona, o papel nosso na sociedade, questionar, e apontar e fazer caminhos novos, incomodar. A cena underground cuiabana, é bastante forte nas vertentes metal, e então Malevah surge para dar um fôlego na cena hardcore/punk/d-beat/crust. E até hj ainda levamos essa mesma proposta de fazer acontecer, não ficar só esperando ser convidados a tocar em eventos aleatórios, e  de preferência realizar eventos aberto gratuitos ao público, para que se difunda o estilo a novas bandas.


3. Quais as dificuldades que vocês enfrentam como uma banda da cena underground ?
R – Em Cuiabá a principal dificuldade é a aceitação pela cena em um todo, existe uma certa resistência da cena metal que é dominante por aqui, em convidar Malevah para tocar em eventos. Alguns vão nos Gig que tocamos, e organizamos, trocam ideia, mas ficam só nisso, mas essa mesmas bandas de metal quando vão tocar por exemplo em São Carlos no Festival São Caos, tocam com bandas punx, crust, grind. Mas aqui torcem o nariz para nós. Mas a gente já se acostumou com isso, acho que isso é uma atitude paia, pq em Brasilia (DF) no Ferrock, tocamos com Vulcano, em outras oportunidades, Tocamos com bandas de Death Black, Metralliator no RJ, Orgia Nuclear, tocamos com uma banda de black metal do MS, e com umas duas bandas de Grind no interior do MT. Para fazer e organizar eventos é sempre uma dificuldade, principalmente quando se ergue a bandeira anti-fascista, poucas pessoas apoiam, hoje a intolerância esta em alta. Isso é sempre um obstáculo.

4. Nos fale sobre a cena em Cuiabá? Quem corre pelo certo e os envolvidos?
R- então na pergunta anterior  eu abordei um pouco sobre a cena local, tem uma cena metal muito forte, diversas bandas, Death/Black, algumas de Thrash, mas é aquilo, “metalheads” sempre seguem uma cartilha, não podem tocar com bandas de crust ou punk, ou até mesmo de Metalpunk, pq se não uma “entidade superior” (pelo que me parece), vai acabar condenando eles, então melhor não se misturar quando é para tocar, mas eu de certa forma ainda me indigno com isso, pq a sonoridade de muitas dessas bandas, chegam a ser muito mais punk que o próprio som do Malevah atual, ou seja aquela alegação que o nosso som é muito inferior para tocar no mesmo evento não cola. Sendo assim toda essa dificuldade de somar em evento, cada um corre pelo seus, atualmente (antes tbm), a cena mais voltada para o hardcore e seus derivados, tem se aproximado mais para fazer eventos juntos, e nessa entra até algumas bandas de alguma vertente do metal, que não leva esse radicalismo ao extremo, bandas como o Coregreed, e Brutal Annihillation, sempre que podem estão presentes tocando nos eventos hardcore que na maioria são organizados pelo Coletivo Maçã Podre, um braço da Malevah criado por Babi Leão e Corvo para realizar eventos voltados ao underground local. Cuiabá possui um vários bares, que abrem espaço para o underground em geral, mas um é especial o Cavernas Bar, que tem como proposta fortalecer o underground, e é lá um grande reduto das maiorias de produções, especialmente ao público metalhead, mas que tbm abre as portas para o hardcore em geral.


5. Politica ? E como vocês vê o underground no Brasil atual . 
R -  O país está passando por um período muito nefasto, onde a elite dominante, está esmagando a classe trabalhadora, e vejo muita gente ficando em cima do muro, pagando de isento, aqui não muito diferente das outras regiões, a cena underground está infestada de pessoas conservadoras com requintes de fascismo. Mas vejo que existem muitas pessoas se posicionando positivamente, dando a cara a tapa e indo para o embate, isso é  bom, por que sabemos quem é quem nessa ciranda.  Hojé ou você soma ou some, ficar jogando contra não rola. Mas essas posturas toda passam por to um processo, é preciso os iguais serem aliados, em vez de colocarem barreiras bestas , só para satisfazer um certo estatus. Quando há essas divisões, a coisa nunca evolui, não chega a lugar nem um. Mas politicamente é necessário sermos combativos aos preconceitos.



6 .formação atual ? Quem saiu ? Quem ficou ?
R- Atualmente a Malevah conta com Corvo (guiatarra). Kennas (guitarra), Ryuler (baixo/Voz) e  Luiz Ricardo “Cabrones” (batera). Essa formação vem de 2018 para cá, anteriormente Havia se estabilizado com Babi Leão (baixo/Voz), Corvo (guitarra) e Clô (batera), mas no ano de 2017 Babi Leão teve que mudar de cidade, bem distante da capital, ai passamos por um novo processo de mudança de formação, entrou o Kennas e o Ryuler, que logo convidaram o Luiz Ricardo, e ai estamos nessa formação até os dias de hoje, teve uma mudança no som, que está com uma cara mais metalpunk, a partes grind no som que já  rolava anteriormente.
A primeira formação durou por uns 4 anos tocando junto, logo a Hyngryd se mudou para BH, e o Júlio para Campo Grande MS, então houve  a necessidade de mudar a formação e nos tornamos um Trio. Da formação original só ficou eu (Corvo). Na Formação atual, a ligação como hardcore maior vem da minha parte, os outros integrantes, são mais metal, o guitarrista solo, muito ligado ao Death (banda), o baixista vocal mais, black death, e o batera metal em geral. Mas todos gostam tambem de bandas como Wulfbrigade, After the bombs, Doom, E.N.T. Napalm Death.


7. Equipamentos, afinação e a sonoridade ? Como uma banda de crust?
R- Eu (Corvo), uso 2 guitarras, revezamento em gigs, uma Dean XML preta translúcida, captação Malagolli que acho muito foda para o som que gosto de tirara nela, equilibrado entre nem tanto grave e nem tanto aguda. Uma Jackson King V, que tem uma sonoridade brutal para sons extremos, de pedal eu costumo usar um simulam da Hobbertt (handmade SP), o Kennas usa uma Jackson JDR japonesa, pedal de distorção, Metal zone e as vezes um Mesaboogie, alésm de Delay e wah wah. O Ryuler usa um baixo Ibanez, o nosso baterista usa battera Mapex pro. Cabeçotes, usados eu  uso 1 Landscape 120w, 1 Crow valvulado (handmade nacional) e um cabeçote Warm music de 70w, o Kennas um Meteóro 200w. o baixista 1 meteóro. A Afinação até as formações anteriores a Malevah tocava em afinações muito baixas, em Si ou Dó, mas com a entrada de mais uma guitarra subimos um pouco a afinação para Ré, a sonoridade anterior era muito sombria, muito pesada e suja, e na formação atual esta um pouco menos sombria, porém com um peso maior na bateria, e o vocal tbm deu uma mudada, antes a Babi Leão e a Hyngryd por serem vocais femininos eram com uma carga a mais de agudo, e atualmente esta mais grave com o vocal do Ryuler.



8 . Os eventos ? Qual é o impacto do público nesse cenário atual ? 
R- O Público presente nos eventos em que tocamos sempre tem um numero de pessoas que já seguem a banda e estão presentes nos gig, mas sempre tem gente nova descobrindo o som da Malevah, certeza é sempre um impacto forte, pois Malevah leva muita energia e presença de palco, e a sonoridade atual impressiona.
Porém não muito diferente das outras cenas, o público é imprevisível, não só nos eventos que estamos envolvidos, mas nos eventos em geral da cena underground. Em um evento bomba, em outro o público deixa a desejar, haja visto que na cidade há muitos eventos rolando nos mesmos dias, Cuiabá é uma cidade que tem uma noite  muito ativa, a vida noturna aqui é muito louca, de segunda a segunda.



9. Amizades, alegrias, dificuldades ao longo da correria da banda ?
R- Bom, amigos tenho aqueles de milianos (poucos) atrás, mas tenho muitos conhecidos na cena local, tanto na cena metal, quanto na hardcore, e em outros setores que também de certa forma esta ligada ao underground (galera do rock n roll, sk8, rap, teatro), isso facilita por que na hora de organizar algum evento da para contar  com alguns , ou seja uma boa política de relacionamento mutualista. Uma das grandes dificuldades que se tornou uma pedra no sapato da banda foi baterista, por um certo tempo ficamos tocando com bateristas emprestado de outras bandas, por que nem sempre se acha alguém que conheça o estilo e esteja a fim de fazer um som crust, bateristas sempre acham que o som com vertentes punk sempre vai ser aquele som sem trabalho, estilo “reloginho”, depois que senta para tocar ou ouvir ai vê que é bem diferente do que falam a eles. Outra dificuldade, é por exemplo estúdio para gravar um material legal, aqui os estúdios querem arrancar a sua alma para gravar um som, tem um estúdio aqui que cobra 750 pila para vc gravar uma faixa, um absurdo, outro 1.500 pila, ai meu é difícil, em 2013 na primeira formação nos fomos para Niteroi RJ e gravamos 13 sons no Estúdio do Marcio Cativeiro (tocou batera no Pós Sismo) e pagamos um valor muito em conta, e hj esta muito difícil de fazer algo assim por que os outros caras da banda são casados com filhos pequenos, dai inviabiliza a gente de sair em tour ou ir gravar em outro estado.  Mato Grosso (Centro-Oeste) é muito longe de qualquer lugar do Brasil, isso é uma grande dificuldade para bandas como a nossa que todo mundo é trabalhador, ou estudante, pouca grana para investir em gravação.


10 .. da um salve para galera que está iniciando como banda...
R- A galera que esta iniciando, digo para eu sejam perseverantes, não desanimem no primeiro obstáculo, e não fiquem esperando alguém fazer para  chamarem vocês a tocar, vão lá arregacem as mangas, faça você mesmo. Valorizem quem esta fazendo algo pela cena. Aproveitamos a oportunidade para agradecer a vocês do raza Odiada pela oportunidade! Grande Abraço a todos!



Somos gratos pela atenção de vocês .. força.. total aí para vocês e um grande abraço para galera de Cuiabá 



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